quarta-feira, 29 de maio de 2013

10º DOMINGO COMUM - Ano C



Refletindo o Evangelho do Domingo

Pe. Thomaz Hughes, SVD


DÉCIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C
Lucas 7,11-18
Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela

Oração do dia
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

EVANGELHO (Lucas 7,11-17)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 7,11 No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. 
12 Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. 
13 Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: "Não chores!" 
14 E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: "Moço, eu te ordeno, levanta-te." 
15 Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe. 
16 Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: "Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo". 
17 A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança. 
- Palavra da Salvação.

COMENTÁRIO

Novamente nos deparamos com um dos temas centrais de Lucas: a compaixão de Jesus, ou melhor, a compaixão de Deus manifestada em Jesus. Em qualquer sociedade, em qualquer época, a morte do filho único de uma viúva seria trágica. Mas, na sociedade patriarcal do tempo de Jesus, mais ainda. Pois uma mulher, sem marido e sem filho, seria totalmente desamparada, sem segurança qualquer. “Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela” (v. 13).

Ele nem a conhecia, não sabia se era ‘gente boa”, “gente de fé”, ou não. Bastava ver o seu sofrimento para que Jesus sentisse compaixão dela. Lucas aqui desafia a todos nós para que superemos o moralismo e a mania de julgar, para simplesmente ver as pessoas com os seus sofrimentos, como Jesus as vê; para termos “coração de carne e não coração de pedra” (Ez 36, 26). Peçamos este dom - pois realmente é uma graça de Deus!
Jesus disse-lhe “Não chore!” Quantas vezes ouvimos estas palavras de “pano quente” dirigidas às pessoas sofridas, para que escondam o seu pranto e parem de nos incomodar. Mas, na boca de Jesus, não são meras palavras paliativas; mas, garantia de esperança! Ele não conforta com palavras vazias, mas faz o que pode. Tais palavras só têm sentido quando pronunciadas por pessoas solidárias, que tomam passos concretos para aliviar as dores alheias.
 “E Jesus o entregou à sua mãe” (v. 15b). Com essa frase, Lucas evoca a figura do Profeta Elias, que devolveu o filho único morto à viúva de Sarepta (1Rs 17, 23). Nesse gesto de Jesus, feito em solidariedade e com compaixão, a multidão vê a presença do Deus misericordioso e amoroso: “Glorificavam a Deus dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo” (v. 16).
É certo que nós não temos poder de ressuscitar fisicamente os defuntos – mas, podemos lutar pela vida, pela saúde, contra a morte prematura, em favor de um sistema social adequado de saúde! Podemos ressuscitar pessoas desanimadas, com palavras de coragem e ânimo: “O Senhor Javé me deu a capacidade de falar como discípulo, para que eu saiba ajudar os desanimados com uma palavra de coragem.” (Is 50, 4)
Podemos sentir e manifestar compaixão, ser solidários, ser sinal da presença do Deus de vida. Lucas nos desafia mais uma vez, para que a nossa vivência cristã leve os sofridos a dizer: “Realmente Deus visitou o seu povo!”




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