Refletindo o Evangelho do Domingo
Pe. Thomaz Hughes, SVD
2º Domingo do Advento - Ano C
Lc 3, 1-6
"Esta é a voz de quem grita no deserto: preparem o caminho do Senhor"
Oração do dia
Ó Deus
todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade
terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela
vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Evangelho (Lucas 3,1-6)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
3,1 No ano décimo quinto do
reinado do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia,
Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da
província de Traconites, e Lisânias tetrarca da Abilina,
2 sendo sumos sacerdotes
Anás e Caifás, veio a palavra do Senhor no deserto a João, filho de Zacarias.
3 Ele percorria toda a
região do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão dos
pecados,
4 como está escrito no
livro das palavras do profeta Isaías: “Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
5 Todo vale será aterrado,
e todo monte e outeiro serão arrasados; tornar-se-á direito o que estiver
torto, e os caminhos escabrosos serão aplainados.
6 Todo homem verá a
salvação de Deus’”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
Atrás das informações históricas deste texto,
referentes às autoridades seculares e religiosas que teriam influência nos
primórdios do cristianismo, jaz a realidade trágica da resposta negativa deles
à Palavra de Deus e aos seus mensageiros, João o Batista, e Jesus, o Cristo! Na
pessoa do Pôncio Pilatos, a autoridade romana vai agir na decisão de assassinar
o Messias; entre os governantes da Palestina, Herodes Antipas aparece diversas
vezes no Evangelho, sempre com juízo negativo, e será o responsável pela morte
de João, além de estar presente no sofrimento de Jesus na Semana Santa; Anás
(Sumo Sacerdote de 6 - 15 d.C) e o seu genro Caifás (Sumo Sacerdote de 18 -37
d.C) só funcionam porque os romanos permitiam e realmente foi a eles que
serviam. Os sumos sacerdotes sempre serão hostis a Jesus e à sua pregação e no
fundo eram eles os responsáveis pela sua morte.
No meio deste elenco de poderosos corruptos e
perseguidores, Deus manda João, o Batista, como arauto do novo tempo de graça e
salvação. Deus não permite que a perversidade e a maldade tenham a palavra
final na história da humanidade. Essa será mais tarde a mensagem básica do
Apocalipse - o mal já é um derrotado, e embora possa parecer diferente, é Deus
e não a maldade que controla a caminhada da história. Mensagem de conforto às
comunidades sofridas do fim do primeiro século. Mas esta vitória não se
concretiza sem que haja luta, sacrifício, e cruz!
Lucas
põe na boca de João um trecho de Isaías:
“Esta é a voz daquele que grita no deserto:
preparem o caminho do Senhor, endireitem
as suas estradas. Todo vale será aterrado,
toda montanha e colina serão aplainadas; as
estradas curvas ficarão retas, e os caminhos
esburacados serão nivelados. E todo homem
verá a salvação de Deus”( v.4-6)
Sem dúvida, podemos entender este trecho num sentido
metafórico, como descrição de uma mudança radical no estilo de vida de quem
quer aceitar o convite à penitência e ao arrependimento. Os vales a serem
aterrados, as montanhas e colinas a serem aplainadas, os caminhos esburacados a
serem nivelados, simbolizam os empecilho em nossas vidas a um seguimento mais
radical e coerente de Jesus. Quem aceita a sua mensagem terá que mudar
radicalmente - isso é, na raiz - a sua vida. Advento, embora não seja tempo de
penitência no sentido que a Quaresma é, se torna tempo oportuno para uma
revisão de vida, para descobrir quais são as curvas, montanhas, e pedras que
teremos que tirar para que o Senhor realmente possa habitar nos nossos
corações.
O último versículo:“E todo homem verá a salvação de
Deus”( v. 6) faz eco ao tema lucano da universalidade da salvação, usando esta
frase que não se encontra no texto paralelo de Mc 1,3. Ninguém é excluída da
mensagem e oferta da salvação. Mas a resposta depende de cada um de nós!
Salmo 125/126
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!
Quando o Senhor reconduziu nossos cativos,
parecíamos sonhar;
encheu-se de sorriso nossa boca,
nossos lábios, de canções.
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!
Entre os gentios se dizia: Maravilhas
fez com eles o Senhor!”
Sim, maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!
Mudai a nossa sorte, ó Senhor,
como torrentes no deserto.
Os que lançam as sementes entre lágrimas
ceifarão com alegria.
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!
Chorando de tristeza sairão,
espalhando suas sementes;
cantando de alegria voltarão,
carregando os seus feixes!
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!
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